Ensaio para copiar chaves perdidas
Parte II de uma estranha trilogia de tentativas
Quando o ensaio se perde entre incertezas
e o dorso da tua mão ressente meu tremor
discuto uma vez mais com a rivalidade do lugar que não me inclui:
o inabitado recuo das tuas pálpebras.
É teu pescoço ainda que me lembra
— Quero.
Compreendo o abismo.
As tempestades de areia do Saara e as chuvas milenares na Amazônia
É esse o abismo: o Tempo.
As vagas as ondas a espuma a rebentação
as águas
um precioso tecido de água e flores
delicada existência de um perfume
que pode bem ser grudado no teu nome e que me diz:
— Tudo.
Reparo as chaves sobre o mármore e me dou conta { num leve surpreender que resulta num levíssimo arfar:
— Sim. De novo e sim.
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